A primeira frente fria intensa do ano ainda nem chegou, mas já está mobilizando autoridades e produtores rurais em Mato Grosso do Sul. De acordo com o Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), os termômetros podem despencar para valores próximos de zero grau entre o fim de maio e o início de junho. O cenário, comum nesta época do ano, traz um risco real e grave: a morte de bovinos por hipotermia.

Foto: Arquivo | IAGRO
Preocupada com o histórico de perdas, a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) emitiu uma Nota Técnica com orientações para evitar tragédias nas fazendas. Segundo o documento, animais debilitados, mal-nutridos ou sem abrigo adequado estão entre os mais vulneráveis às quedas bruscas de temperatura.
Somente em 2024, a hipotermia foi responsável pela morte de 3.049 bovinos em 38 ocorrências registradas em 14 municípios sul-mato-grossenses. No ano anterior, o número chegou a 2.725 animais. A situação é considerada grave, e a Agência reforça que a exposição prolongada ao frio, aliada à má nutrição e ausência de abrigo, coloca em risco principalmente os animais mais fracos ou mal adaptados.
Além do prejuízo direto com a perda de animais, a hipotermia compromete a produtividade das propriedades. Gado debilitado reduz o ganho de peso, a conversão alimentar e a produção de leite, afetando a renda do pecuarista e o abastecimento interno. Há ainda riscos sanitários que podem impactar negativamente a imagem do Estado em mercados internacionais, especialmente em tempos de exigências rigorosas por parte dos países importadores.