Estudo da Embrapa propõe soluções para intensificar pastagens
Pesquisa com participação da Embrapa propõe intensificação sem abrir novas áreas

Foto: Divulgação | Canal do Criador
Um estudo publicado em junho na revista Agricultural Systems, com participação da Embrapa, reuniu pesquisadores de diversos países para identificar formas de aumentar a produtividade da pecuária baseada em pastagens, sem a necessidade de abrir novas áreas. A pesquisa propõe metodologias mais precisas para medir o rendimento das fazendas e orientar decisões estratégicas no campo.
A iniciativa surge como resposta ao desafio global de ampliar a produção de carne e leite diante do crescimento populacional, sem avançar sobre áreas de vegetação nativa. A análise foi conduzida por instituições internacionais com colaboração direta da Embrapa Pecuária Sudeste, Embrapa Meio Ambiente e Embrapa Agricultura Digital.
Segundo os pesquisadores, um dos principais caminhos é reduzir as chamadas “lacunas de rendimento” — diferença entre a produtividade atual e o potencial que poderia ser alcançado em condições ideais. Para isso, o estudo revisou métodos como benchmarking, análise de fronteira, agrupamento climático e modelos de sistemas de produção.
“As ferramentas analisadas ajudam a identificar regiões onde há maior potencial produtivo e onde os esforços podem ser mais eficazes”, explica Patrícia Menezes Santos, da Embrapa Pecuária Sudeste.
Além dos aspectos técnicos, o estudo destaca a importância de considerar variáveis econômicas, sociais e ambientais. A integração entre dados biofísicos e econômicos, segundo o pesquisador Geraldo Martha, da Embrapa Agricultura Digital, é essencial para compreender a realidade dos produtores e melhorar as políticas públicas voltadas à pecuária.
Outro destaque foi o uso de tecnologias como sensoriamento remoto para calcular a disponibilidade de forragem e a capacidade de suporte das pastagens. “Essas ferramentas permitem uma gestão mais eficiente da pastagem e dos animais, mesmo em grandes extensões”, acrescenta Gustavo Bayma, da Embrapa Meio Ambiente.
A pesquisa conclui que não é necessário desmatar novas áreas para produzir mais. Com planejamento, tecnologias adequadas e apoio técnico, é possível fechar as lacunas produtivas, gerar renda no campo e reduzir impactos ambientais, como a emissão de gases de efeito estufa.