SOLUÇÃO?

SICADEMS pede liberação de importação de gado vivo

Medida deve ser vista com cuidado pelo governo para prevenir febre aftosa no estado

Por Janaína Barros por fonte do Canal Rural

A pouca demanda na oferta de bovinos prontos para abate levou o Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul a pedir ao Ministério da Agricultura sinal verde para importação de gado vivo do Paraguai. A solicitação foi feita no início de fevereiro e repercutiu no setor.

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) demonstrou preocupação com a possibilidade. O estado possui o maior rebanho bovino do Brasil, com cerca de 30 milhões de cabeças, e está há 25 anos sem casos de febre aftosa. A entidade teme que os países originadores não sejam tão criteriosos quanto o Brasil em relação à sanidade animal.

Porém, de acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Paraguai e Uruguai possuem o mesmo status sanitário que a maioria dos estados brasileiros, sendo considerados livres de febre aftosa com vacinação.

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal, destaca que a importação de animais seguirá todos os protocolos necessários para garantir a segurança da pecuária brasileira. O Uruguai já possui um protocolo e o Paraguai está em negociação.

O ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e comentarista do Canal Rural, Benedito Rosa, afirma que é um tema sensível para os criadores de gado do Brasil. Segundo ele, o setor privado assumiu uma série de compromissos ao longo das últimas décadas para controlar a febre aftosa.

O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção de Febre Aftosa prevê que o país alcance o status de livre da doença sem vacinação até 2026. Enquanto isso, a carne bovina brasileira é vendida por um preço menor no exterior, quando comparada às proteínas de países que já conquistaram o status.

Diante dos contras e acreditando que importar gado vivo não vai resolver o problema da oferta reduzida no Brasil, Benedito Rosa afirma que o governo federal não pode arriscar “um esforço que vem de décadas”.

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