UNIÃO EM CAMPO

Embrapa e Nestlé criam protocolo nacional da pecuária de leite de baixo carbono

A iniciativa envolve o desenvolvimento de guias e materiais com orientações para os produtores, além de uma calculadora que mostrará o balanço de carbono equivalente das propriedades leiteiras

Por Canal Rural

Completando 100 anos no Brasil, a Nestlé -empresa suíça do setor de alimentos e bebidas – anuncia mais uma medida para tornar suas operações cada vez mais sustentáveis no país e contribuir para a produção do alimento do futuro, com qualidade e responsabilidade. Em parceria com a Embrapa, a empresa será pioneira no desenvolvimento do primeiro protocolo nacional para pecuária de leite de baixo carbono.

A iniciativa envolve o desenvolvimento de guias e materiais com orientações para os produtores, além de uma calculadora que mostrará o balanço de carbono equivalente das propriedades leiteiras em diferentes biomas e sistemas de produção. A parceria também prevê, ainda em 2021, um piloto inovador para desenvolver as primeiras fazendas de leite Netzero para emissões do país.

O projeto integra o compromisso global da Nestlé de neutralizar todas as emissões de suas operações, incluindo suas cadeias de fornecimento, até 2050, com metas intermediárias de redução de 20% até 2025 e de 50% para 2030.

O protocolo envolve olhar para diferentes frentes da produção leiteira nacional, que leva em consideração questões como manejo do solo, transporte, manejo e alimentação dos animais, manejo dos dejetos, entre outros. A calculadora, por exemplo, será capaz de traçar, de acordo com as características de cada região ou bioma e adaptada aos diferentes sistemas de produção, o perfil de emissões de cada propriedade, o que vai possibilitar a criação de planos individualizados de atuação para redução em cada uma delas.

“Atualmente, não existe nenhuma ferramenta que consiga mensurar de forma realista e adaptada para a realidade brasileira as emissões geradas em propriedades leiteiras. Nosso objetivo, como uma das principais empresas captadoras de leite do Brasil, é justamente, por meio de uma parceria com uma instituição de credibilidade e renome internacional, criar um protocolo com diretrizes claras para a produção de leite de baixo carbono, de forma que os produtores tenham visibilidade de onde estão concentradas as emissões e para que possamos trabalhar juntos na direção de mitigá-las o máximo possível. Nós, como Nestlé, queremos conscientizar e trabalhar junto com a sociedade e as instituições especializadas para tornar nossa cadeia de fornecimento de leite o mais sustentável possível, com um legado positivo para todos”, afirma a gerente de Desenvolvimento de Fornecedores e Qualidade da Nestlé Brasil, Barbara Sollero.

Para o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento Alexandre Berndt, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), a produção de leite de baixo carbono é um objetivo ousado, e a Nestlé, em parceria com a Embrapa, está no início dessa trajetória. “Para se chegar ao leite de baixo carbono é preciso adotar diferentes tecnologias, boas práticas de manejo na fazenda, nutrição, estrutura de rebanho e uso de sistemas integrados e florestas plantadas. O protocolo envolverá ações coordenadas para que os produtores incorporem na fazenda ferramentas e práticas sustentáveis de produção”, destaca Berndt, que também é gestor da parceria na Embrapa.

A adoção de tecnologias e boas práticas é capaz de compensar as emissões de gases de efeito estufa geradas pela atividade leiteira e ainda pode tornar o sistema de produção mais resiliente, trazendo vantagens econômicas para o produtor. A Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP) será responsável pela adaptação de modelos matemáticos e métricas que, por meio de um componente de software, serão integrados à calculadora que vai contabilizar o balanço de carbono na propriedade.

“Com isso, oferecemos ao produtor um instrumento para medir o resultado das estratégias de manejo que ele está utilizando e evitar que tome decisões no escuro, sem a segurança quanto aos benefícios que podem ser gerados”, explica o pesquisador Luís Gustavo Barioni.

A iniciativa integra um grande trabalho da Nestlé dentro do seu pilar de agricultura e pecuária sustentáveis, que a companhia conduz em todos os países em que atua e em suas principais cadeias de fornecimento, com um olhar para questões como o bem-estar animal, emissões e mudanças climáticas e uso de água e energia nas propriedades.

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