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Abates de bovinos, suínos e frangos batem recorde no 1º trimestre

Setor pecuário inicia 2025 com alta nos abates, crescimento na captação de leite e expansão nas exportações de carne e derivados

Por Cleide Assis
11 de junho de 2025 às 15h29

Foto: Divulgação | Canal do Criador

A pecuária brasileira registrou o melhor primeiro trimestre da série histórica em 2025, com crescimento expressivo nos abates de bovinos, suínos e frangos, além de expansão na captação de leite, produção de ovos e processamento de couro. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Bovinos lideram o crescimento

No segmento de bovinos, o abate atingiu 9,87 milhões de cabeças entre janeiro e março de 2025 — alta de 4,6% na comparação com o mesmo período de 2024 e de 1,9% em relação ao último trimestre do ano passado. O crescimento foi impulsionado pelo maior abate de fêmeas, que avançou 11,3% na base anual.

Segundo a gerente da pesquisa, Angela Lordão, o aumento na participação de fêmeas no abate reflete um movimento que começou em 2022, com a queda no preço do bezerro e a redução na atratividade da cria. “Também houve crescimento no abate de novilhas, que atende à demanda por carne premium e preferência internacional por animais mais jovens”, explicou.

As exportações seguem aquecidas, com destaque para os embarques destinados à China e aos Estados Unidos, o que favoreceu o escoamento da produção e sustentou a atividade de abate no país.

Leite registra crescimento na captação e nos preços

Na pecuária leiteira, o primeiro trimestre de 2025 também foi de crescimento. A aquisição de leite cru somou 6,49 bilhões de litros, alta de 3,4% em comparação ao mesmo período de 2024. O Sul permanece como a principal região produtora, com 39,6% da captação nacional, seguido pelo Sudeste (36,3%).

O Paraná foi o estado com maior incremento, com alta de 10,1% na produção em relação ao ano anterior. O Nordeste também apresentou recorde histórico para o período. A redução dos custos de produção no segundo semestre de 2024 estimulou investimentos e melhorou o desempenho da atividade.

O preço médio pago ao produtor foi de R$ 2,76 por litro, com aumento de 22,1% na comparação anual e estabilidade frente ao trimestre anterior.

Suínos e frangos também batem recordes

O abate de suínos alcançou 14,33 milhões de cabeças, o maior volume já registrado para um primeiro trimestre desde o início da série histórica em 1997. Em relação a 2024, o crescimento foi de 1,6%. Apesar da redução das compras chinesas, o setor diversificou destinos e ampliou exportações, com destaque para as Filipinas.

No caso dos frangos, foram abatidas 1,64 bilhão de aves no período, alta de 2,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. A manutenção do status sanitário de livre de gripe aviária favoreceu a forte demanda internacional e consolidou o Brasil como um dos principais exportadores mundiais.

Produção de ovos cresce com forte demanda externa

A produção de ovos de galinha somou 1,20 bilhão de dúzias no trimestre, crescimento de 8,3% na comparação anual. O resultado foi impulsionado pela combinação de menor oferta no início do ano, altas temperaturas, aumento nos custos de alimentação e crescimento das exportações, principalmente para os Estados Unidos. Como reflexo, o preço dos ovos no Brasil subiu 31,7% entre janeiro e março, segundo o IPCA.

Couro acompanha expansão dos abates

Com o maior volume de abates, a indústria de couro também cresceu. Os curtumes receberam 10,75 milhões de peças de couro no primeiro trimestre, avanço de 15,7% frente ao mesmo período de 2024. A maior parte da matéria-prima seguiu proveniente de matadouros frigoríficos.

Painel positivo para a pecuária brasileira

Os resultados refletem um início de ano bastante positivo para as diversas cadeias produtivas da pecuária nacional, com crescimento no mercado interno, aumento das exportações e recuperação de margens em várias atividades.

A próxima divulgação do IBGE com os dados do segundo trimestre de 2025 está prevista para agosto.