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Rebanho sindi da Embrapa é reconhecido como um dos mais puros do Brasil

Reconhecimento chancela qualidade do rebanho adaptado ao Semiárido e amplia a oferta de material genético para programas de melhoramento

Por Redação
10 de junho de 2025 às 17h39

Foto: Marcelino Ribeiro | Embrapa

A Embrapa Semiárido, com sede em Pernambuco, conquistou o registro de Pureza de Origem (PO) para seu rebanho de gado sindi, um reconhecimento emitido pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). A certificação, resultado de quase dois anos de trabalho técnico, atesta a qualidade genética de 91 animais — machos e fêmeas — e posiciona o plantel da Embrapa entre os mais puros do Brasil.

Com o selo de pureza, a Embrapa está autorizada a ampliar a oferta de material genético certificado, como sêmen, embriões e exemplares vivos, voltados principalmente para criadores que atuam em regiões de clima quente e seco, como o Semiárido brasileiro.

Reconhecimento técnico e impacto na cadeia produtiva

O processo de certificação contou com apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi) e envolveu inspeções técnicas, exames de DNA e validação documental rigorosa junto à ABCZ.

“Agora poderemos disponibilizar esse material genético com certificação, contribuindo diretamente para o avanço da pecuária regional”, destaca o pesquisador Rafael Dantas, responsável pelo Núcleo de Conservação da raça sindi na Embrapa.

Para José Kléber Calou Filho, conselheiro da ABCZ, o reconhecimento fortalece não apenas a cadeia produtiva do Semiárido, mas de toda a pecuária nacional. “É um rebanho com genética tipicamente sindi, ideal para produtores que buscam rusticidade e desempenho em ambientes desafiadores”, afirma.

Origem e características da raça sindi

Originária do Paquistão, a raça sindi é conhecida pela rusticidade, resistência ao calor e eficiência produtiva em condições adversas. Com menor exigência nutricional, é ideal para regiões com escassez de alimento e água, sendo apta tanto à produção de carne quanto de leite.

O rebanho da Embrapa permanece fechado desde sua formação, com linhagens diretas de animais importados em 1952. Além da conservação genética, os animais são utilizados em pesquisas sobre nutrição, sanidade e cruzamentos, com foco no aumento da produtividade.

Parte do material genético também está armazenada em um banco de germoplasma da Embrapa, garantindo a preservação da raça frente às mudanças climáticas.