Reforma de pastagens pode trazer ganhos ambientais e maior produtividade na pecuária
O amplo investimento em recuperação de pastagens degradas pode aumentar a produtividade da pecuária de corte brasileira, além de favorecer as ações de sustentabilidade. A conclusão é de um estudo conduzido pela Scot Consultoria, com apoio de entidades como Solidaridad e WWF-Brasil, em parceria com a TFA (Tropical Forest Alliance).
O estudo considera três cenários diferentes de reformas de pastagens para estimar os investimentos para recuperação total das pastagens brasileiras entre R$ 126,99 bilhões e R$ 245,81 bilhões. A referência foi definida para Mato Grosso, com base em junho de 2021, para três níveis tecnológicos: 1. Reforma mínima, com a utilização mínima de operações e insumos; 2. Reforma usual, baseada no que é corrente na visão dos especialistas; e 3. Reforma com alta tecnologia, de acordo com as recomendações técnicas para uma pastagem com alta produtividade.
- Autocontrole é aprovado na Comissão de Agricultura da Câmara
- Sem exportar para a China, preço da carne bovina pode desabar no Brasil, diz analista
Nos cenários considerados, a produção para pecuária de corte atual poderia ocorrer em 87,8%, 66,9% e 62,9%, respectivamente, liberando áreas passíveis para outras atividades, sem a necessidade de abertura de novas áreas.
De acordo com Paulo Lima, Gerente de Programas de Cacau e Pecuária da Solidaridad, “o estudo destaca as diferenças no potencial produtivo entre as regiões brasileiras, por conta de particularidades de solo, topografia e clima, entre outras. Há também diferenças tecnológicas e de desenvolvimento econômico entre estados e regiões, mas essa é também uma oportunidade para a intensificação dos sistemas de produção e para a aplicação de tecnologias ligadas à recuperação das pastagens degradadas, nutrição, melhoramento genético e sistemas integrados, aumentando a eficiência de uso da terra, diminuindo a emissão de GEE (gases de efeito estufa), e aumentando a disponibilidade de território para agricultura”.
Recuperação de pastagens e benefícios para o mercado externo
O Brasil é o segundo produtor e o maior exportador de carne bovina do mundo. Sua consolidação no mercado internacional está relacionada ao crescimento da demanda mundial, com a China assumindo papel de relevância neste cenário. Nos últimos cinco anos, o Brasil aumentou o volume exportado em 56,8%, saltando de 1,08 milhão de toneladas em 2016, para 1,72 milhão de toneladas em 2020. Para 2021, a projeção é de 1,9 milhão de toneladas.
“No último ano, a China respondeu por mais de 50% do volume total de carne bovina in natura embarcado pelo Brasil”, comenta Fabíola Zerbini, Diretora da TFA para a América Latina. “O estudo da Scotdeixa claro que nosso país tem potencial para elevar a produtividade do rebanho por meio da adoção de tecnologia e da melhoria das pastagens em todo o seu território, aprimorando sistemas de produção, de rastreabilidade e de controle de originação, ao mesmo tempo que recupera áreas degradadas e colabora de forma significativa com a sustentabilidade ambiental”.
VEJA TAMBÉM
Alternativa de grãos para aves é tema do Simpósio de Avicultura da Acav
A cadeia produtiva da avicultura industrial consome milhões de toneladas de milho e farelo de soja para a nutrição das aves. Com a crescente escassez –
Leia MaisWorkshop “Carne Angus” debate nesta 2ª sustentabilidade na pecuária do futuro
A Associação Brasileira de Angus e o Programa Carne Angus Certificada realizam nesta segunda-feira (9), às 19h, o Workshop Carne Angus Sustentabilidade e a Pecuária –
Leia MaisSão Paulo renova convênio de R$ 2,9 mi para intensificar ações de defesa sanitária na avicultura
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo renovou um convênio com a Associação Paulista de Avicultura (APA) para implementação de ações de –
Leia MaisTouro mais pesado da 44ª Expointer tem 1.245 quilos
O touro Guardião da Boa Esperança supera todos os outros 4.056 animais presentes na 44ª Expointer em termos de peso. Neste domingo, 5, o bovino –
Leia MaisExportações de carne do Paraguai superam 238,4 mil toneladas até agosto
O Paraguai exportou mais de 238,4 mil toneladas de carne bovina de janeiro a agosto, somando receita superior a US$ 1,13 bilhão e estabelecendo novo –
Leia MaisFreio de Ouro reencontra o público na Expointer 2021
No Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, no Rio Grande do Sul, foi realizada neste domingo, 5, a última etapa classificatória do Freio de –
Leia MaisExpoinel será realizada de 11 a 17 de outubro em Uberaba (MG)
Organizada pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), a Expoinel, a principal exposição da raça no país, será realizada de 11 a 17 –
Leia MaisCarne de frango: Brasil deve produzir 14,72 mi de toneladas em 2022, diz USDA
A produção de carne de frango no Brasil deverá chegar a 14,72 milhões de toneladas em 2022, segundo adidos do Departamento de Agricultura dos Estados –
Leia MaisAustrália deve produzir 440 mil toneladas de carne suína em 2022
A Austrália deverá produzir 440 mil toneladas de carne suína (em equivalente carcaça) em 2022, segundo informações divulgadas pelo boletim Gain Report, de adidos do –
Leia MaisUruguai deve produzir 615 mil toneladas de carne bovina em 2022
O Uruguai deverá produzir 615 mil toneladas de carne bovina (em equivalente carcaça) em 2022, segundo informações divulgadas pelo boletim Gain Report, de adidos do –
Leia Mais