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Árvores no pasto: estudo comprova benefícios para o gado e meio ambiente

Confira os detalhes desta pesquisa na entrevista com o Alexandre Rossetto Garcia, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, localizada no município de São Carlos (SP)

Por Fábio Moitinho/Giro do Boi

A pecuária brasileira continua buscando formas inovadoras para melhorar a produtividade e o bem-estar dos animais, e uma prática que vem ganhando destaque é o uso de árvores nos pastos. Estudo realizado pela Embrapa Pecuária Sudeste (São Paulo) lança luz sobre os benefícios multifacetados dessa abordagem, especialmente em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes deste estudo.

A presença de árvores em áreas de pastagem não só oferece sombra e reduz a temperatura ambiente, como também influencia positivamente várias facetas do bem-estar animal.

Efeitos sobre a produção e reprodução com árvores no pasto

Além de proporcionar conforto térmico, os sistemas integrados com árvores têm mostrado impactos significativos na fisiologia e no comportamento dos bovinos, refletindo no ganho de peso e na reprodução.

A pesquisa realizada com uso de tecnologias avançadas, como câmeras termais aéreas e sensores nos animais, demonstrou que o conforto térmico é crucial para o desempenho dos bovinos de corte, podendo inclusive influenciar positivamente as taxas de reprodução.

Pesquisa multidimensional e inovadora

O estudo coordenado pelo pesquisador Alexandre Rossetto Garcia e financiado pela Fapesp adotou uma abordagem multidimensional, indo do nível macro do sistema de produção até a complexidade celular dentro dos bovinos. “Fomos do sobrevoos de avião com câmeras termais, passando pelo sensoriamento proximal dos animais, até chegar à microscopia”, explica Garcia.

Impacto ambiental e sustentabilidade

O plantio de árvores em pastagens não só melhora a qualidade de vida dos bovinos, mas também contribui para a sustentabilidade ambiental da atividade pecuária, aumentando a biodiversidade, enriquecendo o solo com matéria orgânica, e ajudando no balanço de carbono.

A adoção de práticas de manejo que incluem o componente arbóreo pode ser uma resposta eficaz aos desafios impostos pelo aquecimento global e pela crescente demanda por produtos de origem animal produzidos de forma mais sustentável e ética.

Resultados encorajadores para o futuro

Conforme Garcia, embora a adição de árvores possa resultar em uma redução inicial da oferta de pasto, a qualidade da forragem tende a ser maior, resultando em um balanço positivo tanto para o ambiente quanto para os animais. “O fato de o peso ser semelhante e o sistema trazer outras vantagens do ponto de vista ambiental já agrega muito valor à iniciativa de arborizar as pastagens”, destaca.

Uma estratégia ganha-ganha com árvores no pasto

Este trabalho pioneiro demonstra que o uso de árvores nos pastos é mais do que uma medida para promover o bem-estar animal; é uma estratégia ganha-ganha que beneficia os animais, os produtores e o ambiente.

À medida que o setor pecuário avança, práticas como esta, baseadas em evidências científicas e alinhadas com os princípios da sustentabilidade, tornar-se-ão cada vez mais essenciais.

Os resultados promissores deste estudo da Embrapa Pecuária Sudeste destacam a importância de considerar o sistema ILPF não apenas como uma alternativa para a produção sustentável, mas como um novo padrão para a pecuária do futuro, combinando eficiência produtiva com respeito ao meio ambiente e ao bem-estar animal.

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