A FORÇA DO LEITE

Manejo reprodutivo em vacas leiteiras

O pesquisador da Embrapa, Bruno Campos, compartilha técnicas fundamentais para o manejo reprodutivo de vacas leiteiras, desde o parto até a inseminação 

Por Nádia Martins

Desde o momento do parto até a inseminação subsequente, cada etapa do manejo reprodutivo é importante. A gestão adequada deste período impacta diretamente na capacidade de recuperação da vaca, na prevenção de doenças e na eficácia da produção.

Segundo o pesquisador da Embrapa, Bruno Campos, é necessário o monitoramento rigoroso para prevenir a retenção de placenta e infecções uterinas, problemas comuns que podem comprometer a saúde do rebanho.

Em um dos episódios do boletim A Força do Leite, transmitido pelo Canal do Criador, o pesquisador compartilha técnicas fundamentais para o manejo reprodutivo de vacas leiteiras, desde o parto até a inseminação. Este processo ajuda a garantir o bem-estar animal e a eficiência produtiva, especialmente em momentos tão sensíveis quanto o pós-parto.

Conforme Campos, é importante uma vigilância ativa durante e após o parto. Uma das primeiras medidas recomendadas é assegurar a liberação da placenta nas primeiras 12 horas. A retenção de placenta pode ser tratada com técnicas como a remoção manual dos restos placentários e a limpeza perineal para prevenir infecções e miíases, conhecidas popularmente como bicheiras.

Prevenção de infecções uterinas

Infecções uterinas são comuns no período pós-parto e podem ser identificadas pela presença de descargas vaginais anormais. Campos destaca a redução significativa do tamanho uterino — de 12 quilos logo após o parto para cerca de 1 quilo em 45 dias — um processo conhecido como involução uterina. Durante este período, a vigilância é essencial para prevenir metrites e endometrites, infecções que podem comprometer seriamente a saúde da vaca e sua capacidade reprodutiva futura.

Estratégias de tratamento

O manejo de febres e a administração apropriada de antibióticos, sob recomendação veterinária, são práticas padrão nas fazendas para controlar infecções iniciais. Após a primeira semana, o uso de técnicas de diagnóstico como palpações retais e ultrassonografias, ou dispositivos como o metri-check, ajudam a monitorar a saúde uterina e decidir sobre intervenções necessárias.

Período voluntário de espera

O período voluntário de espera de 45 dias é estratégico para assegurar que a vaca recupere completamente seu sistema reprodutivo antes de ser inseminada novamente. Campos explica que inseminações realizadas antes deste período podem resultar em taxas de gestação mais baixas e riscos aumentados de infecções uterinas. Além disso, um manejo cuidadoso pode prevenir intervalos de parto reduzidos, que poderiam forçar uma vaca a ser secada enquanto ainda possui uma alta produção de leite.

Para mais dicas e informações, acompanhe a programação do Canal do Criador através da SKY, NET e CLARO TV, VIVO.

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