A fermentação entérica dos bovinos, o chamado arroto do boi, tem sido apontado como um dos causadores dos gases de efeito estufa devido às emissões de metano. Porém, as pastagens brasileiras têm potencial para compensar essas emissões e até mesmo sequestrar carbono da atmosfera.
Pensando nisso, algumas instituições de peso se uniram para mensurar cientificamente se as fazendas do Brasil e da América Latina são capazes de fazer uma pecuária de baixo carbono. “No ano passado, no começo da pandemia, a gente resolveu estruturar um projeto chamado de MRV – Monitoramento, Relato e Verificação dos gases de efeito estufa nas fazendas”, conta William Marchió, consultor da CRIATEC, em entrevista ao programa Pasto Extraordinário, que vai ao ar pelo Canal do Criador.
O projeto reúne três Embrapas (Solo, Informática e Meio Ambiente), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e alguns parceiros da iniciativa privada, como a Corteva Agriscience. E para participar do estudo, as fazendas passam primeiro por uma espécie de compliance socioambiental. “A gente primeiro verifica se a fazenda tem condições legais de participar do projeto, se não tem desmatamento ilegal, se não tem conflitos de terra, se não está em terras indígenas, se não está em área de proteção ambiental, ou seja, se ela reúne a documentação necessária pra participar do projeto, se ela não está na lista de trabalho escravo, se ela respeita as leis trabalhistas, se ela consegue fazer todo esse cabedal de regularização, que a grande maioria das fazendas no brasil têm”, explica Marchió.