PASTO

Soluções simples ajudam com falta de água em pastagem

Manejo hídrico dos sistemas de produção animal é o primeiro passo para promover a eficiência do uso da água

Por Redação Canal do Criador
04 de agosto de 2021 às 09h00

Alguns estados brasileiros, passam no momento por um período de escassez hídrica, o que acarreta em problemas principalmente na pecuária. Afeta a produção de carne e leite, na diminuição da qualidade e quantidade de pastagem, redução das condições de bem-estar dos animais, dificuldade na manutenção das condições sanitárias de manejos, entre outros. O manejo hídrico dos sistemas de produção é o primeiro passo para promover o uso correto da água.  Esse manejo é o uso cotidiano de práticas e tecnologias que conservem a água em quantidade e com qualidade.

Algumas medidas têm custo zero, pois envolvem apenas mudanças comportamentais, como, por exemplo, fazer a raspagem do piso da sala de ordenha. Outras, o investimento é baixo: substituição de mangueira de fluxo contínuo por modelo de fluxo controlado, manutenção do piso e programa de detecção de vazamentos. 

O pecuarista deve fazer o manejo nutricional de forma precisa para os animais. A instalação de hidrômetros na propriedade para medir o consumo de água e de cisternas para captação da água da chuva são práticas que auxiliam para se conhecer os fluxos hídricos do sistema de produção e ter uma fonte alternativa de água.

Para o pesquisador Julio Palhares, especialista em recursos hídricos da Embrapa Pecuária Sudeste, algumas medidas podem contribuir para minimizar os impactos das produções animais no consumo de água. Para ele, o pecuarista deve agir para ser mais eficiente no uso da água. “O Brasil, em comparação com outros países e com os principais produtores de commodities agropecuárias, tem uma condição de conforto hídrico, mas que não é infinita e a manutenção depende das ações de hoje para garantir as produções de amanhã”, destacou.

Em junho, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) publicou a Declaração de Situação Crítica de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Paraná. De acordo com Palhares, essa bacia abastece vários estados produtores de alimentos no Brasil e grandes centros urbanos e industriais. “Ainda não há necessidade de restrições oficiais para consumo de água, como a irrigação e o abastecimento animal, mas em muitas fazendas essas restrições já estão presentes, e estamos no meio do período das secas. Esse panorama pode ficar mais grave”, alertou.

Ainda segundo Palhares, o futuro será hidricamente mais desafiador para a produção animal brasileira. “O quão grande será esse desafio, depende de nossas atitudes agora. Se internalizarmos o manejo hídrico em nossos sistemas de produção e promovermos a eficiência hídrica de nossos produtos, superamos o desafio de forma tranquila”, conclui.

Fonte: Embrapa