PODE SUBIR MAIS

Boi gordo: arroba no indicador do Cepea supera R$ 260 pela primeira vez na história; confira a tendência

As exportações de carne bovina para a China podem ganhar novo impulso a partir do último bimestre deste ano, avalia Safras

Por Canal Rural
13 de outubro de 2020 às 13h50

O preço do boi gordo atingiu R$ 261,60 no indicador do Cepea na última sexta-feira, 9. Foi a primeira vez que a arroba superou esse valor na serie histórica. Durante o ano, a alta no valor do boi gordo chega a 26,4%. Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Iglesias, a tendência é que as cotações sigam elevadas neste fim de ano.

“Para o último bimestre a tendência do movimento de alta é ainda mais agressivo no mercado pecuário em função do auge da demanda no mercado interno. Além disso, as exportações tendem a ser mais agressivas nesse período em função das preparações da China para atender a demanda do seu principal feriado (ano novo lunar). A tendência é que eles repitam a estratégia de compras realizado ano passado, com volumes expressivos” destaca Iglesias.

Segundo o analista, os pecuaristas aproveitam o bom momento para negociar os animais que atendem aos requisitos de exportação do mercado chinês. “Esse boi padrão China está muito demandado no mercado neste momento. Tivemos registro de negócios no interior de São Paulo de até R$ 265 a arroba, somando todas as bonificações”.

No mercado interno, os preços da carne bovina também atingem patamares recordes, e, na avaliação do analista de Safras, pode gerar impacto no consumo. “Resta saber qual que é a capacidade de absorção do consumidor brasileiro para novas altas no preço. Ao que tudo indica não há espaço para preços mais agressivos no mercado doméstico dado a toda situação econômica em função da pandemia” explica.

Análise da semana

De acordo com o analista de Safras, o mercado do boi gordo começa a semana andando de lado. Iglesias diz que os frigoríficos operam com escalas de abates confortáveis (entre 4 e 5 dias úteis, dependendo da situação, com preços muito firmes na maioria das regiões do Brasil. “Apesar de incidentes de contratos a termo, utilização de confinamento próprio que beneficia os frigoríficos de maior porte, o mercado continua muito firme”, avalia.