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Boi gordo: maior oferta de animais não deve baixar preços da arroba, diz analista

Segundo analista da Agrifatto, os valores já são negociados a R$ 300 por arroba em algumas regiões do Brasil

Por Canal Rural
22 de janeiro de 2021 às 13h46

Os valores da arroba do boi gordo registraram um novo recorde no indicador Cepea ao atingir R$ 297. Essa foi a quarta elevação consecutiva do indicador. No acumulado do ano, a alta chega a 11,19%, em comparação com igual período do ano passado, a valorização é de 55,85%.

Segundo Yago Travagini, analista de mercado da Agrifatto, a oferta restrita de animais segue ditando o ritmo dos preços, cenário que deve se manter nos próximos meses. “Temos uma pressão na oferta muito grande. O boi não está chegando no frigorífico e esse cenário deve permanecer pelos próximos 20 dias. Essa maior oferta não deve baixar os preços da arroba e as escalas de abate ainda serão curtas, onde a grande dificuldade será em repassar essas altas para o consumidor”, destaca.

De acordo com o analista, o mercado do boi gordo está buscando consolidar os preços de R$ 300 por arroba. “Algumas cidades do estado de São Paulo, em Minas Gerais e localidades do Nordeste já tem negócios neste patamar. Além do boi gordo, os valores do bezerro e boi magro estão maiores neste momento”, ressalta Travagini.

Sobre os custos, o analista da Agrifatto diz que os gastos são recordes, o que não acontece com as margens de lucro. “Os valores da soja e milho são recordes, além disso o preço do combustível voltou a subir, com o petróleo nos níveis pré pandemia. Com isso, quem trabalha com recria e engorda está tendo que pagar mais pela reposição em relação aos pecuaristas que atuam com cria”, finaliza.