AVANÇO PRODUTIVO

Produção de ração animal cresce no Brasil

De acordo com sindicato, setor caminha para conquistar protagonismo econômico no país

Por Agência Safras
13 de janeiro de 2023 às 10h04

O mercado de ração animal fechou o ano de 2022 com um crescimento produtivo de 1,3%. Segundo dados publicados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), o percentual corresponde a uma produção de aproximadamente 82 milhões de toneladas, de janeiro a dezembro do ano passado.

+ Custo de produção de suínos encerra 2022 acima de R$ 8 por quilo vivo

O volume de produção de ração no Brasil reforça que o setor de nutrição animal tem caminhado, a passos largos, de coadjuvante, para protagonista na economia do Brasil. No entanto, tão importante quanto a quantidade de ração produzida é manter a alta qualidade, assegurando os níveis nutricionais de acordo com as exigências de cada espécie e fase da vida do animal.

De acordo com a supervisora de especialidades da Quimtia Brasil, empresa especializada na fabricação de insumos para nutrição animal, Geórgia Almeida, para assegurar a qualidade final da ração diversos pontos no processo produtivo devem ser monitorados e realizados da melhor forma possível, desde a formulação até o ensaque.

Segundo ela, em uma fábrica de ração muitos equipamentos estão envolvidos na transformação de matérias-primas em ração para o consumo dos animais. “São praticamente dois fatores que podem impactar na qualidade da mistura, a granulometria das matérias-primas e o processo de mistura”.

O misturador tem como função homogeneizar todas as matérias-primas que fazem parte da fórmula da ração. Cada misturador tem um tempo ótimo de mistura, variando de acordo com a capacidade, marca e ano de fabricação. “Problemas na homogeneização da ração podem causar perdas econômicas por queda de desempenho e problemas para saúde dos animais por dosagens muito pequenas ou muito grandes de microingredientes e aditivos presentes na formulação”, alerta Geórgia.

Qualidade da mistura de ração animal

milho para ração

Foto: Wenderson Araujo/Trilux/CNA

Para verificar a qualidade da mistura das rações o indicado, de acordo com a especialista, é fazer constantes testes de mistura, documentados e registrados em POP (Procedimento Operacional Padrão), visto que é um item cobrado em auditorias realizadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.

O teste de qualidade de mistura pode ser realizado com a utilização de marcadores micro como Manganês ou Cobre, presentes no premix ou adicionados apenas para a realização do teste, como é o caso de avaliações com Microtracer. Também pode-se realizar o teste por análise de sódio, proteína bruta ou cálcio. Para a supervisora de especialidades da Quimtia Brasil, as amostras devem ser coletadas em tempos específicos calculados de acordo com o tempo de descarga completa do misturador, e coletadas na saída do misturador, identificadas por lote e em uma sequência de 1 a 10.

“Em um laboratório serão avaliadas as quantidades do item escolhido para o teste em cada amostra, todos os valores serão estatisticamente analisados e a média entre eles dará o resultado do coeficiente padrão (CV), o qual demonstra as variações encontradas entre as amostras. Quanto menor o CV, mais uniforme está a mistura. Valores de CV entre 5% e 10% são considerados bons. Valores abaixo de 5% são considerados excelentes”, afirma Geórgia.

“Quando o teste é realizado com Microtracer a avaliação do resultado do teste deve ser realizada conforme indicação da Micro-Tracers, Inc. (1961), no qual misturas adequadas são classificadas quando o resultado de CV for menor ou igual a 13% e a probabilidade maior que 5%. Resultados não aceitáveis são aqueles com CV maior que 16% e probabilidade menor que 1%”, prossegue a supervisora da Quimtia Brasil.

Geórgia ressalta também, que em casos em que são apresentados valores não conformes, o que indica falha no processo de mistura, o ideal é a realização de medidas corretivas. “É fundamental que haja uma vistoria e limpeza no interior do misturador, pois o resíduo não pode ser maior que 0,2% da capacidade total do equipamento, é importante realizar uma constante manutenção dos helicóides do misturador e o ajuste do tempo de mistura conforme indicação do fabricante do equipamento”, destaca. “Outro ponto é buscar melhorar a adição dos ingredientes durante o processo de mistura, sendo ideal a colocação de premixes e núcleos no centro da mistura, ou seja, adicionar 50% do volume de matéria-prima antes e 50% depois”, finaliza.

_____________

Saiba em primeira mão informações sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo. Clique aqui e siga o Canal Rural no Google News.