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Dia Mundial do Frango: Custo de produção tem alta de 43% para produtor

Brasil é o terceiro maior produtor da carne e frango e líder em exportação

Por Janaína Barros
10 de maio de 2021 às 13h00

 

É comemorado no dia de hoje, 10 de Maio, por todo o mundo o Dia Mundial do Frango, data que foi estabelecida pelo Conselho Mundial da Avicultura (IPC, sigla em inglês) para celebrar a proteína animal mais consumida atualmente em todo o planeta. 

E a data tem especial importância para o Brasil, já que o país é o terceiro maior produtor e líder absoluto nas exportações de carne de frango.

Apesar da referência positiva, a data marca um dos momentos mais desafiadores para a sustentabilidade econômica setorial. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), diversos polos de produção enfrentam altas históricas nos custos de produção, principalmente pela alta do milho e da soja.

De acordo com Índice de Custo de Produção (ICP) produzido pela Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa Concórdia, os custos de produção do setor acumularam alta de 43,43% nos últimos 12 meses.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, já apresenta altas nos preços do frango inteiro e nos cortes. Entretanto, não são suficientes e tendem a aumentar, conforme explica o presidente da ABPA. “O repasse de custos é inevitável. Os índices que vemos agora são reflexos da utilização de insumos comprados há meses, em valores inferiores aos atuais.  Por isso, é provável que novas altas alcancem as gôndolas nos próximos meses”, analisa.

Neste contexto de forte crise econômica, de acordo com o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o setor produtivo foi convocado a garantir e incrementar a oferta de alimentos.  “Pedimos apoio ao Governo para reduzir os efeitos do quadro perverso de forte especulação que o país enfrenta, com oferta de insumos disponíveis, mas preços que impactam diretamente a inflação e a capacidade de compra do consumidor. Isto, justamente em meio à uma das mais fortes crises econômicas e sociais contemporâneas”, avalia.

Entre as medidas solicitadas pela ABPA está a informação antecipada de contratos de exportação feitos de forma oficial pelo Governo Brasileiro. A medida, explica Santin, não se relaciona com controle de exportações e, sim, com transparência em um mercado que carece de informações que melhorem o planejamento industrial.

“Defendemos a liberdade de exportar e importar, e não queremos impor qualquer empecilho. O que buscamos é o estabelecimento de uma fonte oficial, idônea, como a Conab ou outro órgão no âmbito do Ministério da Agricultura, que permita às empresas brasileiras o acesso a estas informações assim como ocorre em outras grandes nações exportadoras, como é o caso dos EUA. Sem este índice, estamos em desvantagem frente aos nossos principais competidores internacionais, o que impacta, também, os 70% da produção de carne de frango que fica no mercado interno”.

Outras medidas também estão entre os pedidos feitos pelo setor ao Governo, como a viabilização total das importações de insumos provenientes de países extra-Mercosul, desonerações referentes à cobrança de PIS e COFINS, entre outros.